
São Paulo (SP) - Os esportes radicais crescem vertiginosamente e atraem milhares de adeptos em todo mundo. O skate e o BMX são duas dessas modalidades com grande interesse do público, principalmente quando são disputadas em uma imensa estrutura chamada megarampa. Conhecida como ‘Big Air’ e ‘Megaramp’ nos Estados Unidos, a megarampa é a modalidade mais radical para a prática de skate e BMX.
São Paulo será a primeira cidade do Hemisfério Sul a sediar a competição Oi MEGARAMPA, de 21 a 23 de novembro, no Sambódromo. E reunirá os melhores atletas do mundo, num evento que poderá ser o embrião para um circuito mundial de megarampa em 2009. “Há muito tempo eu e o Danny Way (skatista californiano) sonhávamos em trazer a megarampa para o Brasil. O evento da ‘mega’ é impressionante, de alto risco. Será muito bom mostrar esse espetáculo ao vivo para o público brasileiro que tem uma energia maravilhosa”, afirma Bob.
Bob e Danny Way reconhecendo o Sambódromo da perspectiva que estão acostumados. Lá de cima!
Enquanto surfistas buscam ondas gigantes no Havaí, aventureiros se atiram dos maiores penhascos do mundo de bungee jump, a megarampa é a modalidade mais extrema para skatistas e bikers. A pista para a realização das manobras possui 100m de extensão e 27m de altura, equivalente ao tamanho de um prédio de nove andares. Os competidores atingem cerca de 80 km/h na descida da rampa até chegarem à base, saltando sobre vão livre de 20 metros. A aterrissagem é num quarter pipe de 8 metros de altura onde ainda fazem uma última manobra, podendo voar a mais de 16 metros de altura.
O brasileiro Bob Burnquist, de 32 anos, e vários títulos mundiais no skate vertical, é especialista na megarampa e conquistou a medalha de ouro na última competição realizada em julho deste ano. A modalidade foi criada por um de seus grandes amigos, o norte-americano Danny Way, famoso por seus desafios radicais e façanhas sobre o skate. Ele já saltou a Muralha da China, partindo de uma megarampa e pulou de um helicóptero para aterrissar de pé sobre o skate.
Danny vem ao Brasil para competir pela primeira vez. “Cresci andando de skate em San Diego, na Califórnia. Mas descobri na megarampa que tenho mais possibilidades. Posso arriscar e fazer grandes manobras. É um esporte perigoso e para praticá-lo é preciso ter experiência”, explica o californiano, de 34 anos. Bob gostou tanto da radicalidade da estrutura que resolveu construir uma no quintal de casa na Califórnia.
A escolha de São Paulo – O Brasil é o segundo maior mercado mundial de skate, perdendo apenas para os Estados Unidos. O país tem grande número de praticantes e alguns nomes consagrados internacionalmente. A escolha de São Paulo para sediar a Oi MEGARAMPA foi natural, pois pesquisa recente apontou que a cidade tem mais de 100 pistas públicas e o skate só perde em número de praticantes para o futebol. O evento terá uma estrutura completa, que envolve um skate village com diversas atrações para o público, apresentações de DJs, e áreas especiais para convidados.